Já todos ouvimos falar que o design de bons produtos e serviços no mercado ligado aos cuidados de Saúde é um dos que mais crescimento tem tido ao nível global e cada vez mais empresas apostam em ter divisões dedicadas apenas a esse mercado. Veja-se o caso da LBI Health, ou mesmo da Portuguesa Alert.

Mas o que fez escrever este post foi a leitura de um artigo na FastCoDesign sobre um produto em específico, o Jawbone UP. Trata-se de um mix de pulseira e app de smartphone, que monitoriza a condição física do utilizador e a sua qualidade de sono, contando os passos que este faz e permitindo introduzir as colorias consumidas nas refeições.

Em princípio adorei o conceito e até cheguei a sondar amigos que foram a NY recentemente para me comprarem um desses produtos. A pulseira é bonita, discreta, bem desenhada no meu entender – embora com um design um pouco “feminino” mas talvez seja essa a maior fatia do mercado alvo.

Mas no artigo que referi, o autor tece algumas críticas à utilização global do produto. Este apresenta duas falhas importantes a seu ver:

  • É necessário retirar a pulseira do braço e ligá-la ao smartphone, para sincronizar os dados
  • A aplicação é muito complexa na sua navegação, para algo que devia ser insanely simple, usando expressões de Steve Jobs 🙂

Sobre o primeiro ponto o autor afirma “There’s a balance between being passive and present that every highly interactive product has to negotiate. Getting that balance right is the difference between creating a product that’s a pain to use, or a pleasure.”

Já sobre o segundo ponto ele acrescenta “The app for the Jawbone UP got me thinking about that dilemma, simply because for a very, very basic app, there’s too many paths for ultimately doing the same thing. You can go around in circles on the thing, and that quickly becomes exhausting.”

O meu Nike+ GPS

Eu não tendo usado o produto, consegui compreender a sua frustração, comparando com aquilo que conheço melhor, a aplicação Nike+ e a Nike+ GPS, que saiu mais tarde para os smartphones equipados com GPS.

A primeira necessitava de um sensor que comprei numa loja Nike e que custou na altura cerca de 25euros e tinha um tempo de vida limitado à sua bateria que não se podia carregar. Tinha de o ligar e colocar nos ténis de corrida sempre que ia dar uma corridinha.

Já a segunda aplicação, funciona apenas com o sinal GPS do smartphone! basta leva-lo comigo nas carridas e os dados sincronizam-se com um toque de um botão na aplicação, para um servidor qualquer “na nuvem”… simples, não!?

Um flop comercial?

A pulseira Jawbone UP foi lançada este ano com muita exposição nos media especializados nos EUA. Pelos vistos houve um grande trabalho de funding no desenvolvimento e lançamento do produto. E agora?… o produto pode ser um flop só porque toda a sua experiência de utilização tem um pormenor menos conseguido!? o de necessitar ligar fisicamente a pulseira com o smartphone!?… aqui está um bom exemplo da importância do Design na inovação de produtos! 🙂